Caminho Francês de Santiago-Junho 2009 -3º capitulo

A compra , feita pela net e através de transferência bancária (rejeito cartões de crédito), correu bem.Antes porém tinha-me certificado por telefone , de que "do lado de lá" havia alguém em carne e osso disponível para o contacto pessoal. Foi-me entregue no meu local de trabalho a bicicleta devidamente embalada e dentro do prazo previsto. Nem cabia em mim de tanta excitação. Ao chegar a casa com a caixa, constatei que tudo estava a funcionar devidamente. De facto a bicicleta, à primeira vista correspondia a todas as minhas expectativas. Mesmo para alguém pouco conhecedor, se intuía á vista que era uma bicla hi-tech; muito diferente das dobráveis da mesma marca que tinha visto ao vivo na loja do Porto. Era estruturalmente uma máquina para suportar esforços assinaláveis. Isso era visível nas rodas de parede dupla, nos pneus gordos sem tacos, na articulação da coluna de direção, na própria coluna de direção, guiador e espigão de selim em alumínio forjado ou fundido, com o seu acabamento peculiar que inspirava confiança e aparentava uma real qualidade. Adorei o toque, a textura, a forma e o conforto dos punhos e dos extensores de guiador em magnésio. Tudo regulável ao milímetro de forma efecaz, com a chave sextavada fornecida de origem. Adorável era também o contraste entre o acetinado dos alumínios e o profundo brilho e toque charmoso do "British Racing Green" da pintura do quadro com filetes dourados dos autocolantes envernizados. O fecho inox do quadro, assemelhava-se ao puxador de uma porta automóvel dos anos 60. Enfim uma bicicleta de luxo, sem dúvida. Merecia o valor que tinha pago. Fui ensaiando devagar a forma e as subtilezas mecãnicas do processo de dobragem, assim como a melhor forma de a acondicionar no saco próprio que tinha também encomendado. Espiolhei ao pormenor a bomba de ar dissimulada no tubo do selim , com acesso por um tampão de pástico preto, roscado na sua parte inferior. Liguei o farol. Apaguei as luzes da garagem e andei um pouco fazendo oitos para ver a qualidade do feixe de luz. Montei as pilhas no led traseiro; excelente visibilidade. O farol frontal montado lateralmente á forqueta do lado esquerdo e em posição baixa , desenhava no chão um feixe projeção de luz com largura e extensão suficientes para andar de noite a velocidades normais em pisos correntes de cidade e estrada, mesmo na escuridão. Montei os alforjes traseiros vazios, dotados de chanfro. Mesmo assim os sapatos tendiam a raspar-lhes ligeiramente na zona do calcanhar. Subi um pouco mais um tubo do selim, por forma a alongar um puco mais o ângulo do tornozelo. Melhoraria a situação. A posição de condução era a que previra antecipadamente; quadro curto para quem mede 1.80, mesmo com o guiador o mais possível afastado e o assento recuado até ao limite. Poucas possibilidades teria de pedalar em pé. Afinal era uma bicicleta de cidade. Que mais se poderia esperar? As relações de transmissão confirmam-se comoexcelentes excelentes. É ótimo , quando se pára num semáforo, num carreto pesado, ter a possibilidade de , com as 3 mudanças internas e dois cliques sucessivos , poder arrancar sem qualquer dificuldade em qualquer circunstância e sem preocupações.(segue)

Continuo a seguir atentamente