Caminho Francês de Santiago- Junho 2009 -1º Capítulo

Normalmente não se compra uma dobrável para uma viagem de longo curso com carácter turístico e passível de ser utilizada em todo o tipo de terreno. Iria além disso fazê-la a solo. Sem qualquer apoio pessoal ou material que não fosse o telemóvel. Era uma aspiração antiga de décadas; uma viagem épica; a viajem da nossa vida. Não era porém a minha primeira viagem de bicicleta; era a terceira. Mas seria a mais longa e a que preparação mais munuciosa exigiria. Se as anteriores tinham sido em campismo, com bicicletas de turismo correntes e com todo o material inerente, incluindo o de cozinha, nesta poderia prescindir desse peso acrescido, uma vez que me propunha dormir nos albergues disponibilizados ao longo de todo o percurso e comer em restaurantes. Tinha 15 dias de férias e a noção de que não me poderia distrair quanto à quilometragem diária a efectuar, considerando que a primeira noite seria passada num combóio internacional e que adicionalmente teria de reservar o último dia para a ligação de Santiago de Compostela ao Porto. Começei a preparação pela pesqisa de tudo quanto havia na net, cerca de oito meses antes da partida, quer sobre o Caminho em si , quer sobre bicicletas que satisfizessem as minhas necessidades. Sabia que nos combóios internacionais teria obrigatoriamente levar a bicla desmontada, caso ela fosse convencional, e que apesar disso o volumes resultantes não seriam minimamente práticos de mover arrumar e transportar. Que faria eu ao lixo resultante; às fitas de embalagem, aos cartões, às correias de amarração??? E no regresso de combóio, no último dia, iria necessitar desse mesmo material? Voltar a desmontar e embalar a bicicleta??? Resolvi que não seria essa a via, Além do mais, gosto pouco de sentir as mãos sujas de óleo, sobretudo quando tenho dúvidas sobre as possibilidades que tenho de as lavar eficazmente e sentir-me apresentável. Começava-se a desenhar todo um caderno de encargos sobre os atributos que a bicicleta devia cumprir. Dentro das dobráveis poderia ter várias opções de dimensão de roda e alguns poucos modelos de quadro parcialmente total ou parcialmente desmontável . Calcorreei assim durante meses todas as marcas conhecidas , bem como as desconhecidas. Em 2008 havia muitas marcas conhecida que não dispunham na sua gama , de qualque modelo dobrável . (segue)

Bem... já consegui ficar preso à história :-)

Fernando... aguardo ansiosamente o próximo capítulo ;-)